sexta-feira, 20 de junho de 2008

NOVELA SEM FIM...

A novela do mando de campo do Bahia parece não ter fim nunca. Iniciada desde a interdição da Fonte Nova, após a tragédia de 2007, o Tricolor de Aço começou o ano sem saber exatamente qual seria a melhor opção. Hoje, após ter experimentado duas "casas" diferentes, continua sem saber pra onde ir enquanto a reforma do Estádio de Pituaçu não fica pronta.

Insatisfeitos com as condições do gramado do Estádio Jóia da Princesa, em Feira de Santana, os dirigentes tricolores lamentam também a pequena presença de torcedores e as desgastantes viagens pela BR-324, que encontra-se em péssimas condições.


Foto: Estádio Jóia da Princesa

Ontem, o Diretor de Futebol Rui Accioly se reuniu com o Secretário de Esportes de Sergipe para tentar acertar os jogos do Bahia dos dias 04 e 08 de julho para o Estádio Lourival Batista. A proposta é uma estadia em Aracajú por 10 dias com as despesas bancadas pelo Governo local. Porém, as chances disso acontecer não são grandes, pois os clubes locais, Confiança e Sergipe, argumentam que seria mais interessante o Estado apoiar os "filhos da terra".

Outra alternativa, a preferida pelos atletas e comissão técnica, é a utilização do Barradão como mando de campo do Bahia. O presidente da F.B.F., Ednaldo Rodrigues, sugeriu que o Bahia demonstre interesse e formule uma proposta oficial ao Vitória, propondo o aluguel do estádio. No caso de mais uma resposta negativa dos dirigentes rubro-negros, só restariam mais duas praças esportivas para o Bahia jogar: o Estádio Lomanto Júnior, em Vitória da Conquista e o Estádio Luiz Viana, em Itabuna.

Acompanhe, passo-a-passo, a novela tricolor:

1º CAPÍTULO - A escolha de Camaçari...
O Bahia escolheu o Estádio Armando Oliveira para ser seu mando de campo no Campeonato Baiano e estava tendo um excelente aproveitamento técnico, pois jogou 5 partidas, tendo vencido 4 vezes e empatado apena uma. Porém, em virtude da baixa média de público (apenas 1.866 pagantes por jogo), resolveu procurar outra praça esportiva.

2º CAPÍTULO - Mudança para Feira de Santana...
Em sua nova "casa", o tricolor começou vencendo o Fluminense local por 4x1 com a presença de 4.797 pagantes. Em aproximadamente um mês, jogou 6 partidas, obtendo 4 vitórias e 2 empates. A média de público dessa "temporada" foi de 4.186 pagantes por jogo e ainda contou com a "ajuda" de um BaxVi.

3º CAPÍTULO - Camaçari de novo...
O Bahia resolveu mandar seus jogos novamente em Camaçari, na última partida em "casa" da fase classificatória do Baianão. Foi no jogo contra o Atlético de Alagoinhas onde o tricolor venceu por 4x1 com a presença de apenas 752 pagantes.

4º CAPÍTULO - Camaçari e Feira...
O Campeonato Baiano entrou no Quadrangular Final e o Bahia manteve sua decisão de jogar no Estádio Armando Oliveira, com exceção do BaxVi. O Esquadrão de Aço venceu os dois jogos em Camaçari com uma média de público de 3.753 pagantes por jogo. O BaxVi, realizado no Jóia da Princesa, teve um público de 13.996 pagantes.

5º CAPÍTULO - Brasileirão - Começando em Feira de Santana...
Apesar da vontade dos jogadores e da Comissão Técnica de continuar em Camaçari, o Bahia teve que decidir por mandar seus jogos em Feira de Santana, em virtude da exigência da CBF de utilização de estádios com a capacidade mínima de 10.000 torcedores na competição.
Até o momento foram 3 partidas, sendo 2 empates e 1 derrota. O primeiro jogo foi com portões fechados e a média de público dos outros dois foi de 2.602 pagantes por jogo...
Nos bastidores, as negociações estão acontecendo e, em breve, conheceremos a nova "casa" do Esporte Clube Bahia...

EM BREVE, CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO...

3 comentários:

FUTEBOL BAIANO disse...

Belíssimo texto Euclides, mas pode preparar a caneta que teremos outros após capítulos no “modulo B” que é o Batistão, é um pastelão bem o estilo tricolor, segundo a secretaria de comunicação social de Sergipe, Ruy Accioly levou finalmente uma proposta oficial para que o clube mande 3 jogos naquela cidade, veja lá no BLOG.

Anônimo disse...

é mais uma prova da incompetência de "nossos" dirigentes. Parecem umas "pica tonta"

Rui Carvalho disse...

Taí algo em que realmente não acredito mais, essa do Bahia e Vitória entrarem num acordo e vir o tricolor jogar no Barradão. Até porque, pelas promessas do Governador, são só mais quatro jogos a serem jogados pelo Bahia em seu mando de campo, até Pituaçu voltar a ser uma realidade.

Acho que o momento que isso poderia acontecer passou e de lá pra cá só se tem acirrado ânimos entre as partes, se bem que pouco ou quase nada tem sido dito pelas diretorias dos dois times sobre isso, ficando a pendenga mais a cargo de radialistas, que ao sabor de seus próprios interesses vão dissecando o assunto, interessados muito mais na audiência provocado pela polêmica do tema.

Só houve uma oportunidade onde essa idéia poderia ter sido regada, foi quando logo após a Fonte cair, quando o Governador afobadamente, qual marinheiro de primeira viagem, disse abruptamente implodam o gigante, ali sim, se naquele momento tivesse acrescentado um mínimo de preocupação pelos mais interessados, o Bahia, sua torcida e a economia do seu entorno, apenas apontando o Barradão como uma alternativa lógica, aí sim, a idéia teria sido regada e absorvida quase que de forma unânime, ficando aos interessados diretamente, Bahia e Vitória, tão somente a discussão de como viabilizar o que a civilidade apontava naturalmente.

Falar de prejuízos financeiros por conta da falta de um mando de campo mais próximo de sua torcida, já não justifica mais essa necessidade, desde que vem o Bahia já muito adaptado a essa realidade há algum tempo, exceção apenas ao ortogonal da Série C em 2007, quando o tricolor mais uma vez surpreendeu o Brasil com público de até 60.000 pessoas no gigante Otávio Mangabeira, a velha Fonte Nova.

Essa semana que passou, todos tem se voltado sobre essa questão do mando de campo, isso muito mais por conta do prejuízo técnico que tem sido jogar em Feira de Santana desde o campeonato baiano, quando inclusive depois de o tricolor enfiar uma goleada no rival no Barradão voltou a cair também por um largo placar para o mesmo Vitória que estava a três partidas seguidas de derrota frente ao esquadrão de aço.

Notem que o tema Barradão veio à baila justamente depois dos disabores e acertos entre os tricolores, numa semana que até invasão ao CT houve. Justamente temendo um maior equilibro agora, depois de tantos desajustes, a mídia baiana que muito se alimenta dessa atual bancarrota tricolor ficou sem material e então partiram para o tema indesejável, que em verdade só o Bahia fica na berlinda, acumulando mais e mais prejuízos de marketing, inviabilizando toda e qualquer ação daquele departamento tricolor, um dos mais reclamados, mas também um dos mais vigiados de perto pelos inimigos de plantão.